terça-feira, 30 de junho de 2009

Quando A Gente Lá Chegar (Jorge Palma)

Quando A Gente Lá Chegar

Trocaram o primeiro olhar numa manhã de Verão,
Quando a cidade se agitava em plena confusão.
Ela sorriu, ele sorriu e tudo foi tão natural
Que eles não perderam mais tempo e arrancaram em direcção ao Sol.

Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.
Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.

Treparam por degraus de espuma e mergulharam na luz.
Gotas de orvalho vieram brincar sobre os dois corpos nus.
O tempo parou, a guerra acabou e o Mundo era um grande jardim
Onde se ouvia uma estranha sinfonia sem princípio nem fim.

Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.
Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.

A pouco e pouco a terra voltou de novo a girar
E o tic-tac do relógio não tardou a soar.
Ela sorriu, ele sorriu e tudo foi tão natural
Que eles nem disseram adeus quando a noite chegou para os separar.

Já Chega de Ilusões (Jorge Palma, 1975)

Já Chega de Ilusões

Mãe
Para quê negar
Que a vida te desfez

Não
Não vou cá ficar
Nem ser igual a ti

Eu não me afundo mais
Na vida que eu não quis
E vou tentar outro País

Já chega de ilusões
Estou farto de tradições
Que nos impedem de pensar

Vi toda a minha infância
Castrada pelo temor a Deus
Não me masturbo mais
Com cristos de cordel

Não acredito em ti
O tempo que eu perdi
Para descobrir o teu papel

Vi o brilho de punhais
Iluminar sorrisos abertos
Feitos para maquilhar
Os rostos sem expressão

Já chega de ilusões
Sinistras saudações
Como é que Vossa Excelência passou?

Eu não me afundo mais
Na vida que eu não quis
E vou tentar outro País